Impacto ambiental positivo: Soluções focadas na adoção de práticas que garantem a sustentabilidade ambiental

05/06/2020 20h41 - Atualizado em 13/08/2020 15h05
Foto: Incaper.
Esse é o produtor de citros José Carlos Pinto, que reside, em Conceição do Castelo. Ele possui aproximadamente 800 pés de tangerina, o que rende em torno de 1.300 caixas para comercialização, por ano.

A mosca-das-frutas, uma das principais pragas que atinge os pomares, tem causado muitos danos à produção de citros na Região Serrana do Espírito Santo. Para reverter essa situação, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) recomenda aos produtores rurais a adoção de uma técnica de baixo custo, fácil manejo e que não agride o meio ambiente.

A recomendação consiste em utilizar uma garrafa PET como armadilha para monitorar e controlar a população dos insetos. Nela devem ser feitos três ou quatro furos e é necessária a inserção de uma proteína hidrolisada para atrair as moscas. A proteína é recomendada pelo Incaper e
registrada no Instituto de Biodinâmica (IBD). A garrafa deve ser pendurada na planta à altura de 1,5 metro do solo. Recomenda-se ainda que os furos sejam feitos com ferro quente para que o círculo fique bem liso, uma vez que as antenas das moscas são sensíveis à percepção de qualquer rebarba, permitindo aos insetos escaparem com facilidade da armadilha.

O pesquisador e entomologista do Incaper José Salazar Zanuncio Junior explicou que a mosca se alimenta de várias frutas, como a goiaba, a manga, o pêssego e, recentemente, tem sido encontrada também no café. No caso da tangerina, “a mosca penetra a casca e deposita os ovos dentro da fruta. Além de causar queda da tangerina, possibilita a entrada de microrganismos que causam doenças, como, por exemplo, o fungo-cinzento.

A espécie que maisafeta os pomares de tangerina é Ceratitis capitata, que atinge o fruto no início da maturação”, disse o extensionista Cleber Cassio Ferreira, do Escritório Local do Incaper em Conceição do Castelo, explicou que cada mosca põe em média 400 ovos, completando seu ciclo em 30 dias ou até menos, dependendo do clima no município. “Por esse motivo, em dois meses de safra, já existe um número exorbitante de moscas, sem contar aquelas que migram das lavouras de café, um hospedeiro intermediário, e logo atacam as frutas. Por isso, é tão importante o manejo adequado a fim de evitar a proliferação das pragas”.

Quem adotou a tecnologia foi o produtor de citros José Carlos Pinto, que reside em Conceição do Castelo, na Comunidade de Viçosa. Ele possui aproximadamente 800 pés de tangerina, o que rende em torno de 1.300 caixas para comercialização, por ano. “Eu estava perdendo até 30% de fruta, mas tenho percebido uma mudança enorme por aqui. O valor médio da proteína hidrolisada é 200 reais a cada cinco litros. Acontece que eu uso cerca de 150 ml por armadilha e apenas duas vezes ao ano. O custo/benefício é significativo porque sobra produto, e eu já recuperei as minhas perdas, sem maltratar o meio ambiente”, contou.

Salazar explica ainda alguns outros benefícios dessa forma de manejo: “Quando pensamos em manejo ecológico, nós avaliamos positivamente o atrativo alimentar desse produto, com relação ao grau de atratividade, captura e seletividade das moscas. É um produto que não captura outros insetos, como as abelhas (polinizadoras) e as vespas (predadoras), que são insetos que beneficiam o meio ambiente”.

O conteúdo em questão faz parte do Balanço Social do Incaper de 2018. Trata-se de um documento que apresenta os resultados da Instituição, permitindo à sociedade o diálogo, a transparência e o reconhecimento das ações institucionais. 

Vídeo da matéria:

https://www.youtube.com/watch?v=fQIMevXWiAI&list=PLVogc9Qn2VowrrS7z0ju3u_v3ltIAxdLq&index=2&t=0s

 

Texto: Tatiana Toniato Caus (jornalismo/GTTC)

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