Incaper implanta 40 unidades de Palma forrageira no norte do Espírito Santo

14/04/2020 10h29 - Atualizado em 13/08/2020 15h07
Unidade de palma forrageira em Ponto Belo, no norte do Estado.

O Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) em parceria com a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) está em fase final das atividades de implantação de 40 unidades de Palma Forrageira em seis municípios do norte do Espírito Santo.

Os municípios beneficiados estão entre os 20 que fazem parte do Projeto Dom Helder Câmara (PDHC) no Estado e foram selecionados conforme demandas técnicas e aptidão para a atividade. Ao todo, o número de unidades de palma forrageira implantadas são: 15 em Ponto Belo, 15 em Mucurici, 05 unidades em Linhares, 02 em Boa Esperança, 02 em Baixo Guandu e 01 unidade em Colatina.

Os agricultores familiares de cada município é que ficaram responsáveis pela implantação e a mão de obra das unidades de palma forrageira. Por este motivo, todos eles receberam insumos básicos, dentre eles mudas, adubos e outras ferramentas de trabalho. Eles ainda devem oferecer duas mudas para cada unidade recebida e, num futuro próximo, disponibilizarem a outros agricultores, o dobro de mudas.

O coordenador de Projetos Técnicos e Especiais de Ater do Incaper e coordenador do Projeto Dom Helder Câmara no Estado, o extensionista Ivanildo Schmith Kuster, lembrou que essa ação é fruto do envolvimento de diversas equipes do Incaper, desde os gestores atuais até as equipes dos escritórios locais do interior. "Tudo o que fizemos foi buscando diminuir os impactos das estiagens sobre a produção na área animal e ofertando uma opção forrageira que apresente baixo custo e que seja altamente tolerante à seca na região", explicou.

Originária do México, a palma forrageira é uma planta da família das cactáceas, de grande importância para a alimentação humana e de rebanhos nas regiões secas de todo o Brasil e do mundo devido, especialmente, à sua resistência à falta de água, à sua rusticidade e elevada produtividade. Por este motivo, ela pode ser considerada um “hidroalimento” devido ao seu grande armazenamento hídrico e por ser uma alternativa energética de baixo custo. Além disso, a palma é um alimento rico em carboidratos e fornece energia para os ruminantes.

"O uso da palma como alimento forrageiro para bovinos de leite e de corte possui elevado potencial de contribuição para o aumento das produtividades e minimiza os efeitos da escassez de forragem nos anos de secas severas. Também serve para manter um suporte forrageiro, principalmente para bovinos, nas propriedades onde há um impedimento do aumento de áreas de pastagem ou capineiras, sendo uma forma de manter uma sustentabilidade dos sistemas produtivos pecuários", lembrou o extensionista.

No Brasil, o cultivo da palma é destinado, em sua totalidade, à produção de forragem utilizada na alimentação animal, diferentemente de outros países onde o seu cultivo é feito para a produção de alimento humano. No Espírito Santo, a área plantada de palma forrageira ainda é incipiente, e o seu cultivo para difusão entre os produtores rurais ainda enfrenta resistência cultural. A introdução desta cactácea no Espírito Santo provavelmente se deu por meio de imigrantes oriundos dos estados da Bahia e de Minas Gerais vindos na esperança de melhoria de vida em uma região nova e promissora.  

Uma das primeiras unidades demonstrativa de Palma Forrageira no Estado

Foi em 2016 que os extensionistas do Incaper, Adriano Spínola, lotado em Ponto Belo e os extensionistas Felipe Lopes Neves e Enésio Francisco de Oliveira, lotados em Mucurici, implantaram uma das primeiras unidades demonstrativas de palma forrageira do Espírito Santo, em uma área de 3 mil metros quadrados, em uma altitude média de 230 metros, em Mucurici, no norte do Estado, na propriedade do senhor Klaus Almeida.

"A iniciativa levou a possibilidade de apresentar aos produtores rurais capixabas as potencialidades da cultura e ao mesmo tempo observar e avaliar o comportamento da forrageira nas condições de clima e solo da região", lembrou Ivanildo Kuster.

A unidade foi implementada de maneira didática, em um arranjo que envolveu o plantio de dois materiais genéticos de palma forrageira: palma forrageira miúda ou doce (Nopallea cochenillifera) e palma gigante (Opuntiaficus). Os materiais foram plantados no sistema de plantio convencional e no sistema adensado, adotando adubações estratégicas para aproveitar as janelas de chuva no verão, visando à intensificação dos cultivos.

Texto: Tatiana Toniato Caus (Com informações de Ivanildo Küster)

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