Pesquisa e inovação: artigo traz detalhes sobre o impacto de agroquímicos sobre abelhas nativas brasileiras
O impacto dos agroquímicos têm chamado a atenção para o desenvolvimento de abelhas nativas brasileiras. Por este motivo, em 2017, foi dado início a uma pesquisa que avalia a toxicidade letal e subletal de múltiplos agroquímicos sobre as abelhas comerciais Apis mellifera L. Os ensaios aconteceram com as abelhas expostas a diferentes agroquímicos, no Laboratório de Entomologia do Centro de Pesquisa Desenvolvimento e Inovação Serrano, do Incaper.
O desenvolvimento da pesquisa só foi possível por meio de uma parceria entre a Universidade Federal de Viçosa (UFV), o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA).
Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados os herbicidas glifosato, ou o “Roundup”, o fungicida Mancozeb e o inseticida Tiametoxam.
A pesquisa fez parte da dissertação de Mestrado da estudante Ingrid Naiara Gomes, sob a orientação do professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Helder Resende e sob a coorientação do pesquisador do Incaper, doutor José Salazar Zanúncio Júnior.
Os resultados e os detalhes da pesquisa podem ser encontrados no artigo intitulado “A sobrevivência e a capacidade de voô das abelhas comerciais e das abelhas sem ferrão ameaçadas de extinção são prejudicadas pelos agroquímicos comuns”, acessível na pagina Internacional Springer, da Alemanha, considerada uma das maiores editoras de livros e revistas científicas do mundo.
Dentre os resultados apontados, está que nenhum dos agroquímicos causou repelência alimentar nas abelhas. No entanto, alguns deles causaram alta mortalidade e alterações na capacidade de voô das abelhas.
“Esse foi um trabalho de pesquisa, realizado a várias mãos, que destacam a importância de testar o impacto de múltiplos agroquímicos, ou seja, não apenas de inseticidas, através de diferentes rotas de exposição, o que nos leva a compreender, de forma mais abrangente, os riscos potenciais tanto para as abelhas Apis quanto as abelhas nativas sem ferrão”, frizou o pesquisador do Incaper, José Salazar.
Texto: Tatiana Toniato Caus
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação do Incaper
Tatiana Toniato Caus / Daniel Borges
(27) 3636-9865 / (27) 98833-4116 / (27) 98849-6999
tatiana.souza@incaper.es.gov.br / daniel.borges@incaper.es.gov.br